segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Emissões de Dióxido de carbono Importadas



           O Protocolo de Kyoto não serviu para o que se propôs: reduzir as emissões de CO2. O Protocolo foi uma invenção ecológico-econômica e só serviu para que especuladores das intangíveis quotas de emissões ganhassem dinheiro. Também, para que tenham tirado proveito - e não pouco - umas quantas instituições políticas, científicas e acadêmicas, que em troca de subvenções para pesquisa ou de “conscientização”, ofereceram a esse obscuro comércio o álibi dos horrores das “mudanças climáticas” provocadas pelo CO2.
          O Protocolo de Kyoto estabeleceu que 41 países signatários (os do chamado Anexo 1), até 2008, deveriam ter controlado ou reduzido as emissões de CO2 em uma determinada porcentagem em relação às emissões de cada um durante o ano de referência que se estabeleceu: 1990. O Reino Unido, por exemplo, se comprometeu que reduziria em 8 % as suas emissões anuais de CO2 entre 2008 e 2012 em relação ao que havia emitido em 1990.
          Muitos destes países do Anexo 1 cumpriram, ou quase cumpriram, os objetivos de redução de suas emissões de CO2. Entretanto, o tratado não considerou oportuno achacar as emissões de CO2 dos bens importados ao país que os importa e os consume. Por exemplo, a produção nacional de aço no território do Reino Unido se mudou em parte para o estrangeiro e decresceu consideravelmente entre 1990 e 2008, mas suas importações aumentaram. Se o CO2 emitido na fabricação desse novo aço importado fosse atribuído ao Reino Unido, que foi quem o consumiu, sua conta de emissões em 2008 teria aumentado consideravelmente. Se fossem atribuídas ao Reino Unido todas as emissões requeridas na fabricação dos produtos que importou e consumiu em 2008, além das próprias emissões, a sua “pegada de carbono” superaria em quase 100 Megatoneladas de CO2 a que tinha em 1990. Assim, como no Protocolo de Kyoto só se atribuem a cada país as emissões nacionais de cada um, os britânicos se vangloriam de havê-las reduzido. Uma hipocrisia a mais, e outro contra-senso a mais, do famoso tratado.