terça-feira, 12 de julho de 2011

Professores e Alunos do GEPMA-IFAP realizam experimento* na ETA Laranjal do Jari


*Resumo a ser submetido ao VI CONNEPI

Raimundo de Moura Rolim Neto1; Hanna Patrícia Bezerra2; Lia Sabrina da Silva Cândido3; Lindsay Lopes Lima3; Rafael Pinto da Silva3; Elaine da Silva Fonseca3; Allana Fonseca de Souza; Geisiane Conceição de Souza3

1Prof. do Instituto Federal do Amapá, Campus Laranjal do Jari, Especialista em Avaliação de Impactos Ambientais
2Profa. do Instituto Federal do Amapá, Campus Laranjal do Jari, Mestranda em Ensino de Ciências
3Aluno do Curso Técnico em Meio Ambiente do IFAP 

           A água representa um insumo fundamental à vida no planeta, configurando elemento insubstituível em diversas atividades humanas, além de manter o equilíbrio do meio ambiente (Setti, 2001). Do Total de água existente no planeta, 97% são provenientes dos oceanos e 3% de água doce, sendo que desses 3%, 2% encontram-se nas geleiras, 0,7% em lençóis subterrâneos e apenas 0,3% em corpos d’águas superficiais (Rebolças, 2006). Considerando, então, a importância e distribuição da água na terra, é fundamental que haja o seu gerenciamento sustentável, assegurando-lhes os seus aspectos quantitativos e qualitativos.
            O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à disponibilidade hídrica, porém, a sua distribuição geográfica é desuniforme. Segundo dados da Agencia Nacional de Águas (ANA, 2007), a vazão média anual dos rios em território brasileiro é de 179 mil m³/s, correspondendo a aproximadamente 12% da disponibilidade mundial de recursos hídricos (1,5 milhão de m³/s).
       O município de Laranjal do Jari, Estado do Amapá, encontra-se inserido na região hidrográfica Amazônica, banhado pelo rio Jari, apresenta maior parte dos seus habitantes ocupando a área urbana, entretanto, essa população vive às margens do rio Jari em condições inadequadas de infra-estrutura, sem serviço de saneamento básico, como ocorre em toda cidade, e com uma coleta de lixo precária. Esse fato, portanto, faz com que os dejetos dessa comunidade sejam despejados diretamente no rio, do qual se faz a retirada da água bruta para utilização nos domicílios do município.
           A água retirada do rio Jari é tratada na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Laranjal do Jari, que é administrada pelo Governo do Estado, através da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA). Apesar de apresentar infra-estrutura moderna e equipamentos de alta qualidade (características observadas em visita técnica), a ETA de Laranjal do Jari encontra-se em situação de abandono, comprometendo, assim, a qualidade da água consumida pela população.
           O presente trabalho objetivou avaliar a qualidade da água bruta e tratada da Estação de Tratamento de Água de Laranjal do Jari.
            Foram escolhidos dois pontos: PT 01 na calha parshal (local onde é realizada a medição da vazão de água bruta), assim como onde é adicionado Sulfato de Alumínio, reagente utilizado para purificar a água (Agente Coagulante) e PT 02, na saída do reservatório de água tratada. 
          Nos dois pontos foram coletadas quatro amostras: três para análises de pH (indica o gral de acidez, basicidade ou neutralidade de alguma substância) Turbidez (indica a presença de sólidos suspensos nos corpos d’água) e Cor Aparente e uma para análise de Coliformes Fecais e E.coli (indicador de contaminação fecal), além disso, também analisou-se o Alumínio da amostra do PT 02. As amostras destinadas para análise microbiológica e de alumínio foram coletadas com frasco de vidro previamente esterilizadas, armazenadas em isopor com gelo e encaminhadas para o laboratório ANIQUIM, no município de Santana, AP, por meio de transporte aéreo. 
          As demais amostras foram coletadas com garrafas de polietileno, armazenadas em isopor com gelo e encaminhadas por meio de transporte terrestre e fluvial para o laboratório de análise de água da ETA de Monte Dourado Estado do Pará.  O tempo entre as coletas e as análises não ultrapassaram 24 h. Apenas o Valor de pH da água tratada estava fora dos padrões de potabilidade da Portaria do Ministério da Saúde 518/04, os demais parâmetros analisados estavam em acordo com a referida portaria assim como a da Resolução CONAMA 357/05.
        É importante saber que não dá para avaliar a qualidade das águas apenas com uma campanha de coleta. O monitoramento periódico reduz a variabilidade dos dados analisados e o emprego de métodos estatísticos para avaliar os valores proporciona uma maior confiabilidade dos dados. Portanto, os resultados obtidos constata uma falha no tratamento (água ácida, decorrente provavelmente pela falta, ou má efetuação da etapa de correção de pH), o que acarreta danos gastro intestinais, o que serve para alerta os administradores da ETA Laranjal do Jari, quanto a necessidade de monitorar a variação da qualidade das águas da ETA ao longo do tempo, evitando assim possíveis inconvenientes, jurídicos, técnicos e de saúde pública.

Outras imagens do local do trabalho:



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