quinta-feira, 2 de junho de 2011

Consciência Ecológica e Comportamento Ecológico

Mais uma matéria enviada pela Profa. do IFAP, Patrícia Santana de Argolo Pitanga


Conforme pesquisa realizada em 1992, os cidadãos da Alemanha consideram a problemática do meio ambiente como a questão mais importante da atualidade. A consciência ecológica e a disposição de se comportar adequadamente parecem ter alcançado um elevado grau de aceitação. Todavia, observando-as mais de perto, surgem dúvidas. A satisfação que se sente pela elevada consciência ecológica fica anuviada quando se olha para a garagem do vizinho, onde há três dias se acrescentou aos dois automóveis da família, de apenas três pessoas, um terceiro carro, para a filha que acaba de tirar a carteira de motorista.
E o que se diz da facilidade, muitas vezes observada, com que as pessoas livram a casa de bichinhos importunos, mas inofensivos, como formigas, usando produtos químicos? Naturalmente coletam-se jornais e vidro para serem reciclados. Para muitos, porém, este comportamento parece ter essencialmente um caráter apenas simbólico. Esses cidadãos cumprem o objetivo de mostrar a si mesmos que sua conduta harmoniza- se com a consciência ecológica adotada, talvez um pouco manchada com a compra do terceiro carro para a família. Abre-se aqui uma fenda entre a consciência ecológica e o comportamento ecológico.
Quais seriam os fatores que levam a este hiato? Parece que um deles é o custo do comportamento ecológico. Quando o comportamento ecológico custa pouco dinheiro, tempo e energia, a correlação entre consciência ecológica e comportamento ecológico é elevada. Mas quando surge um conflito entre a meta de se comportar de acordo com o meio ambiente e a meta de economizar dinheiro, tempo e energia, nesses casos a consciência ecológica perde a batalha.

Adaptado de Dörner, D. (1995). “Transformação da consciência ecológica?”, em Deutschland:
Revista de Política, Cultura, Economia e Ciência.

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